Sombra do medo

Era uma noite tempestuosa de outono quando Sarah chegou à casa de sua avó, uma antiga mansão isolada no topo de uma colina. A luz da lua mal conseguia penetrar pelas densas nuvens que encobriam o céu, deixando tudo mergulhado em uma escuridão profunda.

Ao entrar na casa, Sarah sentiu um arrepio percorrer sua espinha. A atmosfera estava carregada de uma sensação estranha, como se a própria casa estivesse viva, observando-a com olhos invisíveis. Ela tentou afastar esses pensamentos, lembrando-se de que estava ali para cuidar de sua avó doente.

Conforme a noite avançava, os sons da casa pareciam se intensificar. Passos arrastados ecoavam pelos corredores vazios, portas rangiam abrindo-se e fechando-se por conta própria. Sarah tentava ignorar esses eventos, atribuindo-os à sua imaginação ou ao vento forte lá fora.

Porém, quando a luz da sala se apagou subitamente, Sarah sentiu seu coração disparar. Ela procurou freneticamente por uma lanterna, mas antes que pudesse encontrar uma, ouviu um sussurro baixo vindo de algum lugar próximo. Congelada pelo medo, ela ouviu sua avó chamando por seu nome em um tom fraco e desesperado.

Com as mãos trêmulas, Sarah começou a percorrer a escuridão em direção ao quarto de sua avó. Cada passo parecia levar uma eternidade, e o sussurro continuava a ecoar em seus ouvidos. Finalmente, ela chegou ao quarto e encontrou sua avó deitada na cama, pálida e tremendo.

Antes que Sarah pudesse perguntar o que estava errado, a porta do quarto se fechou com um estrondo, trancando-as lá dentro. O sussurro se intensificou, parecendo agora mais próximo, mais humano. Sarah olhou para sua avó em busca de respostas, mas a velha mulher apenas murmurou uma única palavra: “Fuja”.

O terror tomou conta de Sarah quando percebeu que não estavam sozinhas naquela casa. Algo sinistro estava à espreita nas sombras, algo que não podia ser visto, apenas sentido. Com o coração na garganta, Sarah começou a procurar desesperadamente por uma rota de fuga enquanto os sussurros se transformavam em risadas malévolas, ecoando por todos os cantos da casa.

E assim, em meio à escuridão da noite tempestuosa, Sarah enfrentou o desconhecido, lutando para sobreviver à terrível noite de suspense que se desenrolava naquela antiga mansão no topo da colina.

Everson Silva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima